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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2005

log entry: miololindo apresenta "eu&meio mundo"

log entry: "marco paulo o pensador" por joão macdonald na 365

Citemos Marco Paulo, em recente entrevista a uma revista popular: «O pimba veio abandalhar a música». Surpreendente afirmação, vinda de quem vem. Dir-se-á: mas quem é Marco Paulo para dizer semelhante coisa, ele que é o sumo pontíficie do pimba? Pois Marco Paulo disse-o precisamente por ser o sumo pontíficie do pimba, tal como Eurico de Melo é a reserva moral do PSD. Estranhos tempos, estes em que vivemos. Na recente história da música popular portuguesa, Marco Paulo é um nome que se cumpriu, e cumpriu-se à custa de um cioso jogo de cintura, inimitável mas canónico, distante mas tão próximo, primário mas harmonioso. A sua história é heróica: vindo do Portugal profundo, subiu aos holofotes, foi romântico enquanto era preciso ser romântico (uma espécie de Tony de Matos das donas-de-casa dos anos 80), Herman consagrou-o (Serafim é nome de anjo e Saudade é nome de sentimento), a televisão deu-lhe um espaço nobre, Marco em si condensou uma luta cancerosa comum a tantos que nos s

log entry: a arte é um limão

A arte é um limão suspenso, aconchegado pelo tocar do vento,morto de cansaço pairando sobre uma superfície de cristal. A arte é como o vinho que entontece. É como a agulha que pica. Como um colchão que relaxa. Como a chiclete que cola. Como a imaginação que estica... Ré

log entry: "Um está muito bem"

Um está muito bem. Dois aguentam-se. Três são uma multidão. Quatro são uma manada de elefantes em debandada a correr sobre um cemitério de formigas. Cinco são um exagero de cães suicidas a pedir perdão num confessionário. Seis são tantas como as marcas de agulhas no globo ocular de um drogado. Sete são uma revolução de ervilhas em papas de sarrabulho. Oito é um bolor triste por já não arranjar lugar num biscoito de cinco anos. Nove é um lar idosos em Agosto a brincar com as bengalas na festa do Viagra. E dez são os gémeos que nasceram em Maio... Ré _ 03

log entry: "a nú..."

Continua quente Dois corpos repousam horizontais Estão à distância de um sorriso que permanece sereno nos cantos dos lábios Consequência nua de prazer renovado Sentem o cheiro do vento, ondulam imóveis no sabor da pele quente Move-se uma mão Num movimento calmo percorre o vazio, até cair num ombro descoberto de pudor Vagueia sem direcção tacteando os poros Sente os relevos definidos de um corpo semi-nu Cabelos espalham-se Esboça-se um gemido Consome-se um beijo União latente pré-anunciada Desejo revisitado Mistura hormonal Os receios desvanecem com o toque São cúmplices deles próprios Testemunhas do momento Os corpos recaem sobre um suspiro Contrariaram a razão Fecham os olhos O sorriso volta… Ré _ 05