O trabalho foi publicado no passado sábado 30, na revista ÚNICA.
No proximo dia 05 (julho) será feita uma apresentação e mostra pública do trabalho, bem como a entrega dos prémios. A cerimónia terá lugar no espaço da Cordoaria Nacional em Lisboa, em hora a confirmar. Estão convidados todos os interessados.
Aqui ficam algumas imagens e texto do trabalho:
"encontramo-nos na avenida..."
Combinei encontrar-me com ela nos novos cafés da avenida da liberdade. Era cedo, passei pelos skaters que manobravam nas pistas radicais. Turistas que se informavam nos balcões de informação, surpreendidos com a nossa cidade, levavam também com eles, um souvenir. Esperei pelas horas sentado num banco, a ouvir os pássaros nas árvores que caracterizam aquele espaço. Tinha na mão uma flor, comprada nas floristas logo ali. Parei junto aos cafés, distraindo-me com a gente que todos os dias cruza aquele local.
Combinei encontrar-me com ele junto aos novos restaurantes da avenida. Pelo caminho, mesmo em cima da hora, senti que deveria levar algo. Ao passar pelas livrarias comprei um livro de Kundera, que sabia que ele ia gostar. Estava adiantada em relação à hora combinada. Ao descer a avenida, fui surpreendida com um espectáculo que decorria no anfiteatro nascido do chão. Parei. Em frente ao S. Jorge acontecia, ali na rua, um concerto ao ar livre. Perdi-me nas horas. O peso do livro recordou o meu destino. Apressei o passo, deslocando-me sem parar, subindo e descendo as ruas, sobre o tecido que ondulava por baixo dos meus pés. Ao chegar, escolhi um lugar na esplanada, confiando estar visível.
Pensava que ela já não viria. Esperei. Tinha o telemóvel sem bateria. Tornava-se impossível um contacto. A flor repousava na minha mão. Teria sido em vão? Estava decidido a deixar de fumar, mas naquele momento não resisti a ir comprar tabaco ao quiosque ali perto
Ele não apareceu. Ter-se-á desencontrado de mim? Tentei ligar, mas fui recebida por uma voz de uma mensagem gravada… pensei em ler o livro, mas estava nervosa demais. Vou voltar à realidade. Levantei-me para ir ao quiosque comprar o jornal.
Junto ao quiosque, ela reconheceu uma silhueta familiar. Uns metros à frente, perdido em moedas, ele reconheceu uma voz que, atrás de si, o chamou. Sorriram ao cruzar olhares surpreendidos.
Ela comprou o Expresso e ele não comprou tabaco.
and.ré arquitectura
(Bruno André e Francisco Ré, com a colaboração de Ricardo F. Guedes e Hugo Paiva)
Comentários
toca a trabalhar para o próximo que isso está em boa onda! :)
para todos e para o ré que se encontra aí, um abraço da prima do primo!
m.
Av da Liberdade? deve ser deve..falem com o presidente...pode ser que com uma raminho de flores ele vá lá ;)
as eleições estão aí...só espero que a entrega de prémios valha para abrir alguns olhitos!
m.